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Dia de chuva
                                                          Boituva, 1978  
                                                            

  Tem certos dias que eu fico tão sozinho,

cabisbaixo em meu cantinho,

sem querê falá.

Fico pensando que eu tô aqui no chão

em vez di tá num avião

ganhando altura prá saltá.

Ai quem me dera todo dia bem cedinho

eu pudesse passarinho, ti acompanhá

riscar o céu, beijar o vento, voar ao léu

e por um momento, poder ti abraçá.

Quanta verdade neste esporte sorridente,

como é bom ser diferente,

de quem só sabe andá,

como é bom olhar prá cima e vê um céu tão grande

e saber que lá, é o meu lugar

Como queria que São Pedro me escutasse,

e com essa chuva parasse

e trouxesse o sol prá cá,

O meu chorinho é um choro realista

choro de um paraquedista

que hoje não pode voar...

 

                                                                                Por
                                                                                        Celso Pereira Jr  (Celsinho de Ribeirão Preto)